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Câncer de pulmão ainda é o que mais mata no Brasil.
Os brasileiros estão fumando menos.
Pelo menos é o que demonstra uma pesquisa realizada pela VIGITEL – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, a pedido do Ministério da Saúde.
Os estudos mostraram que de, 2006 a 2010, a porcentagem dos brasileiros que fumavam caiu de 16,2% para 15,1%, e o índice no país é bem menor que o registrado em países como Argentina (35%) e Estados Unidos (40%).
O aumento de impostos sobre o produto e a inclusão de advertências mais explicitas, juntamente com a proibição da publicidade tabagista, contribuíram para essa redução.
A lei que proíbe fumar em locais fechados também é um dos fatores para a redução do número de fumantes.
Se por um lado o resultado é animador, outro dado preocupa as autoridades de saúde.
É que a pesquisa aponta que ainda é grande o número de fumantes passivos. Dos entrevistados na faixa de 34 a 44 anos, a maior parte convive com pelo menos um colega que fuma no local de trabalho, o que corresponde a 12,8% das pessoas que não fumam.
De acordo com o Inca, Instituto Nacional do Câncer, pelo menos 2,6 mil não fumantes morrem no Brasil em consequência do fumo passivo.
Mas o principal foco na luta contra o tabagismo é mesmo os jovens.
Dentre eles, na faixa de 18 a 24 anos, 13,3% moram com pelo menos uma pessoa que costuma fumar dentro de casa.
O médico oncologista Dr. Leandro Ramos, da Oncomed, afirma que “o fumo deixou de ser uma doença de adultos. E, para a indústria, é interessante promover uma campanha maciça sobre os jovens, pois quanto antes eles passarem a consumir o produto, melhor”.
No Brasil, isso acontece, em média, aos 17 anos.
As conseqüências do vício sobre eles, alerta o médico, são mais danosas do que sobre os adultos.
Os resultados da pesquisa realizada pela VIGITEL têm relação direta com a taxa de câncer de pulmão, já que 90% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de tabaco e seus derivados.
A fumaça do cigarro contém mais de quatro mil substâncias nocivas ao organismo.
O oncologista Amândio Soares, também da Oncomed Belo Horizonte, explica que o pulmão tem muitas veias e está ligado a todo o corpo, o que facilita a metástase, e isto agrava muito a situação da doença e dificulta o processo de cura.
“É uma doença silenciosa, que avança sem que o doente note que ela está ali”, explica o médico.
Entre os sintomas estão a tosse, rouquidão, presença de sangue no catarro, falta de ar e a dor torácica.
Além de prejudicar a saúde, fumar também afeta o orçamento. Segundo a PETab, Pesquisa Especial do Tabagismo, uma família composta por um casal de fumantes gasta, em media, por mês R$128.
Por ano são R$1.536 reais gastos somente com a compra de cigarros, o que representa quase três salários mínimos.
Com esse dinheiro seria possível comprar, em abril de 2011, um refrigerador duas portas (R$ 1.439,10), uma lavadora de roupas 9kg (R$ 1.070,10) ou até uma TV 32" LCD Full HD (1.199,00).