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( Marcelo Matusiak )
O tema da amamentação é recheado de mitos e incertezas.
Um dos maiores causadores de dúvidas é saber até quando o bebê deve se alimentar do leite materno no seio da mãe.
Pressões sociais acabam atrapalhando esse processo.
Segundo a pediatra membro do Comitê de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Silvana Salgado Nader, infelizmente esse processo acontece, muitas vezes, quando nem a mãe e nem o bebê estão prontos para o desmame.
- É importante ressaltar que não existe prejuízo para o corpo da mulher ou para a saúde do bebê se a mãe amamentar dois ou mais anos. Se o bebê recebe alimentação complementar adequada, não terá prejuízo em sua nutrição - explica.
Segundo a médica existem vários mitos sobre a amamentação chamada de "prolongada".
Um deles é de que o aleitamento materno, por mais de um ano, seria prejudicial para a criança sob o ponto de vista psicológico.
Ou ainda, de que a criança possa ficar dependente.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde em relação ao tempo de aleitamento materno exclusivo é até o sexto mês de vida e sua manutenção, com complementos, até o segundo ano de vida ou mais.
O aleitamento materno traz benefícios para a mãe e para o bebê.
Estudos comprovam que o bebê amamentado apresenta um melhor desenvolvimento da inteligência, melhor desenvolvimento gastrointestinal, menos diarreia, infecção urinária, infecção respiratória e otites (infecção nos ouvidos).
A mãe que amamenta tem chance reduzida de ter câncer de mama, certos tumores de ovário, menos osteoporose na menopausa e menos fraturas ósseas.
Além disso, sabe-se que a mulher que amamenta retorna mais rápido seu peso anterior á gravidez.
O outro fator determinante é o afeto.
- O aleitamento materno permite uma melhor comunicação entre mãe e filho, favorecendo um importante vínculo no relacionamento entre os dois e auxilia a mãe a conhecer melhor as reações de seu filho - completa a pediatra.
O desmame deve ser um processo natural que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim, deve ocorrer naturalmente.
É importante ressaltar que os alimentos complementares devem ser iniciados após os seis meses de idade, para suprir as necessidades nutricionais e aproximar gradativamente aos hábitos alimentares da família.