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Fitoestrógenos, uma nova opção para a reposição hormonal


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Atualmente, fatores alimentares são considerados como meios de diminuir o risco de doenças comuns na população ocidental como por exemplo o câncer de mama, próstata, endométrio e vários outros.

Além de vitaminas e minerais, alguns compostos biologicamente ativos, chamados fitoquímicos, têm sido identificados em plantas comestíveis e podem ser responsáveis pela redução dos riscos de desenvolvimento de uma dessas doenças.

Um dos fitoquímicos mais estudados atualmente é o fitoestrógeno, especialmente como uma forma alternativa para a terapia de reposição hormonal durante a menopausa.

Os fitoestrógenos são substâncias ambientais naturais (produzidas pelas plantas), que apresentam uma estrutura química diferente dos estrógenos, mas que atuam da mesma maneira.

São encontrados principalmente em leguminosas como: Soja, feijões, grãos e brotos.

Como foi descoberto?

Cientistas e pesquisadores de todo o mundo, intrigados pelas baixas taxas de câncer de mama e próstata nas populações asiáticas, analisaram os fatores diferenciadores desta raça.

Depois de vários estudos descobriu-se que a dieta dos orientais contém um alto nível de fitoestrógenos, (sobretudo proveniente soja), o que poderia influenciar na menor prevalência de câncer e na facilidade com que as mulheres asiáticas convivem com a menopausa.

Auxiliar contra os sintomas da menopausa:

Uma das pesquisas sobre os efeitos dos fitoestrógenos em mulheres que já passaram pela menopausa foi apresentado no "Segundo Simpósio Internacional sobre o papel da soja na prevenção e tratamento de doenças crônicas" realizado em setembro de 1996.

Este estudo consistiu em dar uma dieta rica em soja a 52 australianas que estariam passando pela fase da menopausa. Para conferir os efeitos os pesquisadores trabalharam com uma população controle, ou seja, um grupo de mulheres no mesmo período da vida que recebeu uma dieta rica em trigo (baixo nível de fitoestrógenos)

As mulheres com alto consumo de fitoestrógenos tiveram maior quantidade de urina e mostraram uma melhora na citologia vaginal, além de um aumento no conteúdo mineral de ossos e uma redução na freqüência de ondas de calor.

Foi demonstrado que os fitoestrógenos melhoram alguns sintomas da menopausa, e isso despertou o interesse de vários laboratórios farmacêuticos que trabalharão na fabricação de pílulas para tratar estes sintomas.

"Todas as pessoas com problemas menopáusicos podem tomar fitofármacos porque não contém contra-indicação, não são tóxicos nem produzem dependência" afirma Alexander MacGuire, Diretor Executivo da Fundação Reinaldo Knop em Santiago do Chile.

A dose recomendada é entre 1 e 2 comprimidos de 40 mg ao dia. Entretanto pode variar dependendo das características de cada mulher. "Isto é equivalente a comer de 3 a 4 pratos de feijão por dia", explica Macguire.

Prevenção ao Câncer de Mama:

Ao mesmo tempo, no Uruguai, país que está em sexto lugar em incidência de câncer de mama a nível mundial e o primeiro na América Latina, foi feito um estudo epidemiológico sobre os fatores de risco para o desenvolvimento de tumores na mama.

Entre maio de 1994 e dezembro de 1997, constatou-se que a elevada ingestão de alimentos ricos em fitoestrógenos reduzia significativamente o risco desse tipo de câncer.

Tem se observado que altas concentrações de estrógenos, utilizados para a reposição hormonal pós-menopausa, estão relacionadas com o câncer na mulher. A ação dos fitoestrógenos poderia prevenir a aparição e o desenvolvimento desta doença. Isso, porque eles unem-se competitivamente aos receptores de estrógenos nas células cancerosas da mama, o que pode inibir o crescimento e a proliferação das células cancerosas hormônio-dependentes.

Contra - Indicações:

Segundo um estudo realizado no Chile, pelo endocrinologista Hernán García - do Instituto de Investigação Materno Infantil da Faculdade de Medicina da Universidade do Chile - mesmo se os fitoestrógenos são benéficos para os adultos, seus efeitos sobre a saúde infantil não foram aclarados totalmente.

"Existem evidências epidemiológicas e clínicas de que, ao atuar como estrógenos debiéis poderiam adiantar a puberdade e o desenvolvimento de mamas nas meninas antes dos 7 ou 8 anos e a ginecomastia, que é o desenvolvimento de tecido mamário palpável nos meninos". Explica o especialista.


Publicado em: 01/09/2000. Última revisão: 21/05/2023
 COLABORADORES 

Jornalista María Paz Subercasaaux - especial para Saúde na Internet


Alexander MacGuire, Diretor Executivo da Fundação Reinaldo Knop em Santiago do Chile
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