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Cárie dentária na infância


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Ao longo dos últimos anos, a Odontologia experimentou grande avanço tecnológico, especificamente no que se refere a novos e melhores materiais restauradores.

Alia-se isso à uma maior preocupação, por parte da população como um todo, no que tange aos cuidados com a saúde bucal.

Entretanto, independente desses fatores, a cárie dentária continua sendo um grave problema de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento, em especial, crianças na primeira infância (zero a três anos).

A cárie dentária é conceituada como uma doença de caráter infecciosa, de etiologia multifatorial (fatores primários, secundários e gerais), sendo imprescindível a interação desses fatores para o surgimento da doença.

De forma clara e sucinta, são esses os fatores:
- Primários: microorganismos cariogênicos e dieta rica em carboidratos;
- Secundários: higiene bucal deficiente e ausência de flúor no ambiente;
- Gerais: fatores sócio-econômicos e culturais.

Muitos pais desconhecem que a “doença” cárie é transmissível, ou seja, uma pessoa poderá transmitir para a outra.

Na realidade, quando nos referimos à transmissibilidade estamos falando de uma bactéria chamada de estreptococos mutans que é muito importante para o aparecimento e desenvolvimento da cárie dentária.

Ou seja, a criança não irá “pegar” a cárie, mas sim as bactérias que irão favorecer o desenvolvimento da mesma.

Dessa forma, os próprios pais podem transmitir a doença para seus filhos.

Portanto, aqueles pais que não têm uma higiene bucal adequada, apresentando inúmeras lesões ativas de cárie, podem se constituir nos principais vetores de transmissão para os filhos.

Devemos observar que, em se tratando de crianças pequenas e recém-nascidas, essa transmissibilidade ocorre, de forma geral, da mãe para o filho e em menor escala, da babá para a criança, de forma direta ou indireta.

Na forma direta, a transmissão ocorre através do contato físico, como beijos e abraços.

Já na forma indireta, quando a mãe ou babá leva a colher do bebê à boca, seja para provar o alimento (sabor, temperatura, etc..), seja para promover o resfriamento do mesmo através do sopro.

Consequentemente, deve-se promover mudanças comportamentais da mãe e das pessoas envolvidas nos cuidados com a criança.

Essas mudanças visam alterar os hábitos alimentares, principalmente, e de higiene bucal, como também da utilização do flúor.

Portanto, não somente os pais devem ter dentes saudáveis, mas também as babás ou pessoas que cuidam da criança.

Desta forma, procedimentos educativos e preventivos devem ser estendidos às gestantes, procurando orientá-las e informá-las acerca dos cuidados com a alimentação e higiene bucal, pois a gravidez é uma fase ideal para o estabelecimento de bons hábitos.

Nessa fase, a gestante mostra-se psicologicamente receptiva a adquirir novos conhecimentos e a mudar padrões que terão influências no desenvolvimento da saúde do seu bebê.

Algumas orientações às gestantes no que dizem respeito à sua própria saúde e a do seu bebê são importantes, tais como:

- reeducação alimentar;
- utilização racional e adequada do flúor;
- conscientização da importância da saúde bucal para a saúde geral;
- limpeza da boca e dos dentes do bebê;
- incentivo à amamentação.

Outro fator importante a ser destacado, é a necessidade de uma maior interação multiprofissional, viabilizando a participação do Odontopediatra nos exames pré-natais, visto que será esse profissional quem fornecerá os primeiros cuidados no tocante à saúde bucal da criança e quem a acompanhará no decorrer dos primeiros anos.


Publicado em: 18/12/2003. Última revisão: 09/04/2024
 COLABORADORES 

Dr. Alessandro Leite Cavalcanti - Mestre em Odontopediatria e
Doutor em Estomatologia. Professor da Disciplina de Odontopediatria da UFPB. Professor do Curso de Especialização ABO-PB.

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